O estudante do 9º período de Engenharia Elétrica, Mateus Herculano Rabello Faria, esteve na Universidade de São Paulo (USP), de 23 a 27 de julho, participando da Oficina USP de Fabricação de Circuitos Integrados MOS (Tecnologia SOI), que foi realizada no Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) e Laboratório de Microeletrônica (LME) do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da Universidade.
Segundo o participante, a tecnologia SOI (silicon-on-insulator) se baseia no uso de uma lâmina de silício monocristalino que possui uma camada de óxido de silício enterrada na lâmina. Apesar de a lâmina ser mais cara que a lâmina de silício bulk, composta unicamente por silício monocristalino, o processo de fabricação e o desempenho do dispositivo é superior quando construído pela tecnologia SOI.
Mateus, que é orientado pelos professores do Campus, Ulysses Rondina e Rafael da Nóbrega, afirmou que, com a participação no evento foi possível adquirir experiência na área de pesquisa e desenvolvimento em processos de fabricação de dispositivos semicondutores e levanta diversos questionamentos sobre o desenvolvimento tecnológico no Brasil. “Procuro, profissionalmente, uma carreira de pesquisador. Acredito que desenvolvendo tecnologias brasileiras posso contribuir com o meio em que vivo e alcanço satisfação pessoal. Os laboratórios contam com profissionais de excelente qualidade, porém são claros os danos e dificuldades que a burocracia causa no desenvolvimento de inovação no Brasil. Há uma proporção considerável entre equipamentos em desuso ou quebrados e equipamentos totalmente funcionais. A equipe do LSI já desenvolveu uma patente que se encontra há anos em trâmites legais. Isso levanta um questionamento meu sobre o quanto indivíduos brasileiros já desenvolveram no país e seus resultados se encontram travados no INPI. É noticiado que se demora em torno de 10 anos para o registro de uma patente e que o órgão nacional responsável não possui funcionários suficientes. Dado a situação atual das contas públicas, fica o questionamento à comunidade acadêmica: onde podemos trabalhar para resolver o problema de desenvolvimento tecnológico no Brasil?”.
Para participar do evento, o aluno recebeu o apoio da Secretaria de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação do Campus. “Agradeço enormemente à valorização da minha presença no curso em forma de auxílio financeiro”.
Turma que participou da oficina no Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI)
Recebimento do Certificado – da esquerda para a direita: Ricardo Rangel, João Martino, Mateus Herculano, Paula Ghedini, Marcelo Carreno
Equipamento no LME: implantador iônico construído na década de 70 como trabalho de mestrado