Como parte da programação da VII Jornada de Educação Ciência e Tecnologia do IFMG campus Formiga, todos os estudantes do 1º ano, dos cursos técnicos integrados ao Ensino Médio realizaram uma oficina de Percepção Espacial, ministrada pelo professor de Geografia, Flávio Nasser Drumond.
A oficina, que contou com o apoio da Secretaria de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação, consistiu num trabalho de campo, pela bacia do rio Formiga, com aplicação da interpretação cartográfica no reconhecimento da topografia de feições geomorfológicas e hidrográficas.
Os aprendizes observaram e caracterizaram a paisagem ao longo da drenagem, desde a parte mais alta, na zona rural do município, passando pela confluência dos córregos Barra Mansa e Padre Trindade, local em que, após a junção das águas, forma-se o rio Formiga propriamente dito.
Em outro ponto do percurso, já na área urbana, o grupo foi apresentado ao acesso da captação de água para o abastecimento da cidade, instalada no corpo hídrico, e também pode percorrer a planície do rio, constatando a intensa degradação da mata ciliar e das margens com intenso assoreamento do leito em alguns pontos, por exemplo: no encontro com o ribeirão Mata Cavalo, próximo à rodoviária. “O que mais chamou a atenção, neste aspecto, são os incontáveis canos que despejam os efluentes, sem tratamento, direto no rio”, destaca Flávio.
Dando sequência ao exercício de caracterização, no caminho para o aterro sanitário, os alunos também identificaram o morro da Melancia, ponto mais alto no entorno da cidade (1.112m), onde estão instaladas as antenas receptoras de tv aberta, rádio e celular.
Em outra etapa da atividade foi realizada uma visita técnica ao Aterro Sanitário Municipal Areias Brancas. Nesta oportunidade os alunos foram guiados pelo gerente do Aterro, o Engenheiro Ambiental Marco Antônio Silveira. “Ele nos explicou sobre a melhoria da qualidade da saúde das populações atendidas por aterros sanitários, principalmente no que tange a diminuição dos vetores de doenças e pragas urbanas como: ratos, baratas, moscas, mosquitos, etc. Na apresentação, ao ar livre, ele prestou informações sobre a melhoria da qualidade ambiental do município, uma vez que o processo de destinação dos resíduos sólidos, com respeito às técnicas de manejo, evita a contaminação do solo e da água por chorume, e do ar pela queima do gás metano”, relata o professor.
O engenheiro também forneceu informações específicas sobre o aterro municipal, que está instalado próximo à comunidade da Serrinha, na sub-bacia do córrego das Almas, afluente do rio Pouso Alegre, na bacia do rio Grande, bem como o rio Formiga. O empreendimento está ambientalmente licenciado. No atual estágio está sendo aberta a terceira célula de aterramento, contudo, o projeto prevê capacidade de até sete células. O processo de destinação final dos resíduos conta também com três tanques de tratamento biológico do chorume e um galpão de seleção de material reciclável. Cabe destacar que esta etapa do processo está terceirizada para a associação de catadores de material reciclável de Formiga.
A estudante Ana Beatriz Pacheco, do 1º B, apresenta um relato sobre a experiência vivida: “segunda-feira, 23/10/2017, tive a oportunidade de conhecer o Aterro Sanitário Areias Brancas onde me surpreendi pela estrutura e gerência que o lugar apresenta. Nossa cidade deixa a desejar em muitos aspectos, mas certamente o aterro não entra nessa categoria. Excelência é o sinônimo perfeito. Marco Silveira, agradeço a atenção e o cuidado com os quais você cuida desse lugar, sempre com novos projetos e excelente atendimento, mostra a sua vocação e inteligência para esta missão. Parabéns para você e para toda equipe”.
Foto: Ana Pacheco
Alunos e professor na planície do rio Formiga, na zona rural do município
Foto: Marco Silveira
Instalação de manta geotêxtil para impermeabilização do piso da terceira célula do aterro sanitário
Foto: Marco Silveira
Lagoa de tratamento biológico do chorume coletado nas células do aterro sanitário