Durante a disciplina de Etnomatemática, ofertada no segundo semestre letivo de 2021, pela professora Cirléia Pereira Barbosa, diversas palestras foram realizadas por pesquisadores convidados de diferentes instituições, com o objetivo de apresentar e discutir com os alunos algumas perspectivas de pesquisa e práticas pedagógicas na área.
Na palestra ministrada pela professora Caroline Mendes dos Passos, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), os estudantes puderam conhecer experiências em Etnomatemática na formação de professores indígenas. A convidada falou da sua trajetória e de pesquisas que desenvolve em Etnomatemática, além de suas experiências como formadora em cursos de Licenciatura Indígena, ofertados para os Ticunas, no Amazonas.
Na palestra “Conectando Etnomatemática, Jogos e Geometria”, a professora Simone Milagres Patrono Andrade, da Escola Estadual José Leandro (Santa Rita – Distrito de Ouro Preto), falou de sua experiência com a pesquisa que desenvolveu no mestrado cujo objetivo foi investigar como a ludicidade dos jogos, contextualizados na perspectiva da Etnomatemática, pode contribuir para o desenvolvimento de conteúdos matemáticos e geométricos de alunos do Ensino Fundamental II. Em sua apresentação, a convidada construiu com os licenciandos o “Jogo da Onça”, mostrou algumas possibilidades de conteúdos que podem ser explorados, simulou jogadas e apresentou estratégias construídas pelos participantes da sua pesquisa.
Na palestra “Etnomodelagem como um movimento de glocalização de práticas matemáticas”, os pesquisadores e professores Milton e Daniel Clark Orey, da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), falaram sobre abordagens matemáticas local, global e glocal no desenvolvimento de pesquisas em Etnomodelagem, e apresentaram algumas experiências em Etnomodelagem e Etnomodelos desenvolvidos com alunos da graduação e do mestrado da UFOP.
A disciplina é optativa, de natureza teórico-prática, e trabalha aspectos históricos, conceituais e perspectivas em Etnomatemática. Além disso, os estudantes têm a oportunidade de conhecer princípios e procedimentos metodológicos de pesquisas em Etnomatemática, voltadas especialmente para a prática pedagógica. Para a professora Cirléia, as experiências trazidas pelos professores e pesquisadores contribuíram para ampliar o conhecimento dos alunos sobre a área.
Ao final da disciplina, os alunos produziram um memorial de formação. Segundo a professora Cirléia, o memorial de formação, por ser um texto reflexivo, possibilitou aos licenciandos (futuros professores de Matemática) rememorar fatos de sua trajetória acadêmica – como estudantes da Educação Básica e do curso de Licenciatura –, com a intenção de ressignificar aspectos da própria formação. A partir de questões norteadoras, os estudantes foram levados a compreender a própria formação e suas aprendizagens na disciplina Etnomatemática, além de refletirem sobre suas concepções acerca da(s) matemática(s) e sobre ser professor.