Um tema de tese, que pode ajudar no estudo da Teoria da Relatividade, foi o assunto escolhido para ser pesquisado pelo egresso do curso de Matemática, Marco Antônio do Couto Fernandes, no curso de doutorado em Matemática do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação da Universidade de São Paulo (ICMC/USP).
Sob a orientação do professor Farid Tari ele apresentou a defesa do seu trabalho, no dia 25 de junho de 2021, com o título “Pontos Umbílicos e Curvas Especiais em Superfícies no Espaço de Minkowski”. Ele explica que “o espaço de Minkowski é o espaço-tempo da teoria da relatividade de Eistein. Na minha tese eu estudei superfícies nesse espaço. Uma superfície é um objeto bidimensional, por exemplo, uma esfera, um cilindro, um cubo. Nessas superfícies eu estava interessado em alguns pontos especiais, chamados de pontos umbílicos, que são pontos onde a “curvatura” da superfície é igual em todas as direções. Neste cenário, eu estudei a existência desses pontos e o que acontece com eles quando a gente deforma a superfície perto deles. A importância dessa pesquisa, além dos resultados dentro da própria matemática, é que ela pode ajudar no estudo da teoria da relatividade, os pontos umbílicos neste contexto são pontos de isotropia e possuem interpretações físicas”, relata o pesquisador.
Sobre sua trajetória acadêmica, após a graduação no IFMG – Campus Formiga, de 2011 a 2015, ele ingressou no mestrado na Universidade Federal de Itajubá, defendendo a dissertação em 2017 sob a orientação do professor Fabio Scalco Dias. Atualmente, é professor substituto na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) Campus de Campo Grande e seu objetivo agora é conseguir entrar de maneira efetiva em alguma grande universidade.
Marco Antônio conta que tanto a seleção para o mestrado quanto para o doutorado ocorreu por avaliação de currículo e, o que o ajudou a conseguir as vagas foram as suas notas no IF e seus resultados na Olimpíada Brasileira de Matemática (Obmep). Ele obteve coeficiente de rendimento de 95,0 e foi três vezes medalhista de prata na competição nacional, por isso, destaca a importância da sua passagem pelo IF. Embora o curso de mestrado e doutorado tenham sido em áreas da Matemática diferentes da graduação, ele teve condições de os acompanhar devido à forte base. “Além disso, o contato próximo que a gente tem com os professores, também ajuda bastante. Por exemplo, eu só entrei no mestrado graças ao Alex, ele que me contou do mestrado em Itajubá e me incentivou a tentar. Além disso, posteriormente, os professores do IF ainda me ajudavam com materiais (livros, notas de aulas, apostilas) que eles tinham da época que fizeram o mestrado”.
Na conclusão do doutorado, Marco Antônio lidou com uma experiência diferente, assim como milhares de pessoas, em virtude da pandemia de coronavírus. Ele diz que, pelo curso não utilizar laboratórios e equipamentos, o impacto das atividades remotas talvez tenha sido menor do que em outras áreas, mas sentiu grande diferença nas monitorias. Para ele, o fato de não estar na sala de aula com os alunos, com o auxílio do quadro, foi algo diferente e que considerou proveitoso.