Com o projeto “Rede de Colaboração”, Instituto Federal firmou parceria com a empresa Sumiriko e vai iniciar fabricação e distribuição de escudos faciais. Impressão de máscaras em impressoras 3D também é feita nos campi.
Uma ação conjunta que reuniu esforços do poder público e da iniciativa privada, visando ao fortalecimento do combate à Covid-19, vai beneficiar dezenas de instituições de saúde pública em 18 municípios do estado. Em breve, começam a ser distribuídas gratuitamente 22 mil unidades de protetores faciais utilizados por profissionais que atuam no atendimento a pacientes infectados pelo novo coronavírus. A iniciativa do IFMG integra o projeto "Rede de Colaboração” e é realizada via acordo de cooperação com a empresa Sumiriko Indústria de Borrachas, com sede em Mateus Leme, região Metropolitana de Belo Horizonte.
Oficializada em abril, a parceria viabiliza a produção das chamadas máscaras “face shield”, fabricadas em material transparente, que possuem suporte para fixação na cabeça e funcionam como um escudo facial. Enquanto o IFMG vai fornecer os insumos (adquiridos com orçamento próprio e doações de parceiros), a Sumiriko irá trabalhar no projeto do molde e na fabricação do suporte das máscaras.
Os componentes produzidos serão utilizados na montagem do escudo, cuja parte frontal está sendo cortada nos laboratórios do campus do IFMG em Ibirité. A montagem final será realizada pelos beneficiários para que o processo de distribuição seja otimizado. Além disso, de acordo com o pró-reitor de Extensão, Carlos Bernardes Rosa Junior, professor que coordena a iniciativa, ao receberem as doações, as instituições serão instruídas sobre a necessidade de esterilização dos materiais.
“Não será repassado qualquer valor financeiro à empresa, o interesse das partes se restringe à atuação conjunta para cooperar com o SUS, sobretudo no sentido de evitar o desabastecimento de insumos necessários ao atendimento da população. A meta é produzir mil máscaras por dia, considerando a disponibilidade de materiais no mercado e as condições de operação da Sumiriko”, afirma.
Utilização de impressoras 3D
Além dessa parceria, professores e alunos do IFMG estão trabalhando, desde meados de março, na produção de máscaras “face shield” fabricadas em 24 impressoras 3D da própria instituição. De acordo com o coordenador do Núcleo de Inovação Tecnológica, Tiago Simão Ferreira, outras 20 máquinas de parceiros também estão em operação. Inicialmente, trabalha-se com a meta de fabricar 1.800 máscaras, número que pode aumentar conforme a demanda.
A iniciativa abrange a participação dos campi Arcos, Bambuí, Betim, Congonhas, Formiga, Governador Valadares, Ibirité, Itabirito, Ouro Branco, Ouro Preto, Piumhi, Sabará e Santa Luzia, além do Polo de Inovação. Os suprimentos utilizados na produção foram adquiridos pelo IFMG e por meio de doação de empresas, prefeituras, entidades estudantis e dos próprios servidores. Todas as impressoras imprimem um suporte padrão utilizado na fixação da máscara na cabeça. Já o corte das placas de material transparente é feito por uma máquina de corte a laser do Campus Ibirité.
Segundo Tiago Simão, todo o projeto foi realizado obedecendo às normas determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ele explica que o processo de impressão é lento e, por isso, a distribuição do material tem sido realizada aos poucos, em quantidades menores, conforme as necessidades locais. Unidades de saúde e forças de segurança pública estão recebendo as doações.
“Pra mim, que trabalho no pronto-socorro, onde o risco de contaminação é alto, o protetor nos beneficiou muito. Ele não embaça e é fácil moldar em qualquer cabeça”, declarou a técnica de enfermagem Eliana de Fátima, funcionária da Santa Casa de Misericórdia da cidade de Piumhi, no Centro-oeste de Minas, onde a distribuição foi feita no dia 24 de abril.
“Os protetores protegem de possíveis secreções no ar e são fáceis de adaptar. Agradeço pelo cuidado com os profissionais da linha de frente”, complementou a enfermeira Lívia Graziele Silva. Anilton Carlos Beirigo, enfermeiro que também atua no hospital, ficou satisfeito em receber a doação. “A viseira afastada do rosto proporciona conforto a quem usa óculos e garante a segurança necessária nos procedimentos. O modelo é de fácil ajuste e se molda a uma diversidade de profissionais”, afirmou.
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